15 de jun. de 2009

PROPOSTAS PARA O MOVIMENTO ESPÍRITA


A proposta básica para o movimento espírita é se adequar às realidades científicas e culturais dos tempos que correm. Não sendo uma religião com as características das religiões tradicionais, dogmáticas, irracionais, o Espiritismo tem de estar sempre se atualizando, senão será ultrapassada e virará um fóssil anacrônico, como as religiões tradicionais que, em pleno terceiro milênio, querem manter crenças e conceitos morais próprios das tribos Semitas de três mil e quatrocentos anos atrás.
O movimento espírita deve se abrir para o novo, discutindo as novas aquisições científico-culturais, que estão revolucionando a vida e o pensamento humanos. Não é possível, por exemplo, que numa sociedade onde os relacionamentos afetivos foram transformados, por causa da libertação sexual e econômica da mulher, se continuar a fazer proposições em cima de valores comportamentais, que já foram abandonados, e que se tornaram obsoletos. A família tradicional somente existe como um fato extemporâneo, pois o que acontece atualmente são as famílias de grande rotatividade, em que existem as trocas de parceiros, com crescente rapidez.
Esses fatos têm de ser estudados e entendidos, dentro do momento sócio-cultural, e não com posições próprias do século XIX e da primeira metade do século XX.
No campo científico, vivemos o império da Teoria da Relatividade e da Física Quântica, não há porque se continuar a cultivar os conceitos ultrapassados do mecanicismo e da Física pré-atômica.
Insistir no conceito de causa e efeito, quando se sabe que o universo apresenta fenômenos acausais, ambíguos e completamente fora dos padrões do pensar científico tradicional. Quando a Psicologia, em suas diversas linhas, desvenda aspectos do universo psíquico, oferecendo ao ser humano condições de lidar com os conflitos que lhe causam angústias e desesperos, não se pode querer enquadrar o comportamento humano em crenças que reprimem e sufocam, por estarem em antagonismo com a realidade do cotidiano interno e externo. Como disse anteriormente, querer aplicar ao mundo do terceiro milênio as normas morais e culturais do horizonte agrícola, da humanidade.
Minha proposta básica é que os “congressos espíritas” deixem de ser “encontros fraternos”, em qualquer compromisso com o desenvolvimento doutrinário, e se transformem em “Congressos”, com inicial maiúscula, onde não se tenha medo de confrontar o novo, de se abrir para o debate livre e franco das idéias.
Paralelo a isso, que as Federações Espíritas deixem de ser Centros Espíritas, competindo com os seus “teoricamente” federados, para se transformarem em instituições de apoio técnico e cultural dos seus afiliados, bem como, criarem “colóquios”, e encontro de debates de idéias e propostas, que venham a contribuir para um revigoramento do movimento espírita, em seus diversos aspectos. Como se vê, eu não tenho propostas, mas uma proposta:

Mudemos já, para não fossilizarmos!
Djalma Argollo


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2 comentários:

Unknown disse...

Conheço Djalma a muito tempo e essa proposta que ele faz não é de agora. Ele sabe que o conservadorismo no movimento espírita é muito grande e não gosta de debates,coloquios, estudos, estas coisas. Gostam de pacotes prontos, oferecidos de "cima" para " baixo", com muita emotividade, pouco senso crítico e quase nenhum resultado prático.Decididamente não tenho mais paciencia com essa gente.

Sady disse...

Confirmando: "essa gente" são os gostam de pacotes prontos...